Apartamentos sustentáveis e menores atraem os jovens

Preço dos imóveis está em queda, mas financiamento exige cautela

O perfil do mercado imobiliário para os jovens casais mudou muito nos últimos anos. O tão sonhado primeiro apartamento encolheu, consequência direta das novas estruturas da família brasileira. Além da redução no número de filhos, houve um aumento no total de casais sem crianças. Em 2014, eles somavam 20% dos arranjos familiares -em 1984, eram 14,7%.

Outra mudança importante é que os casais novos estão mais propícios a compartilhar serviços e evitar desperdícios. "Hoje em dia, os jovens estão muito mais preocupados com a sustentabilidade do que no passado", explica Luiz Fernando Moura, diretor da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

Com essa tendência, as áreas comuns dos novos condomínios se ampliam e se modernizam -salão de festa, espaço gourmet, sala de ginástica e até, em alguns casos, adegas compartilhadas. Há ainda aqueles imóveis com lavanderia coletiva, que economiza água e livra o apartamento da área de serviço.

Há três décadas, lembra Moura, o apartamento dos recém-casados possuía, em média, 70 metros quadrados, com dois quartos. Hoje, está com 50 metros quadrados. A decisão de comprar um imóvel requer planejamento minucioso.

É preciso visitar a região escolhida, verificar a idoneidade da construtora e, se o casal for usuário de transporte público, as opções próximas do imóvel desejado.

Além disso, é fundamental avaliar bem a situação financeira dos dois antes da compra de imóveis.

PREÇOS EM QUEDA

Há duas variáveis que devem ser levadas em conta nessa equação -o preço e as condições de pagamento, explica Lucas Vaz, CEO do VivaReal, a maior plataforma on-line no Brasil de conexão entre o comprador e o mercado imobiliário.

Agora é uma boa hora para comprar, porque o preço do imóvel caiu (queda real de 7,44% em 2015 em relação a 2014) e várias construtoras têm dado descontos -sobretudo se o cliente tiver uma boa parte do valor do imóvel para dar de entrada.

"O período atual (em termos de preços) é comprável àquele vivido em 2008 e 2009", afirma Luiz Paulo Júnior, consultor do mercado imobiliário.

E o casal pode usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de ambos na compra do imóvel. O fundo pode ser sacado até, no máximo, R$ 750 mil.

É bom, no entanto, avaliar se os abatimentos propostos pelas construtoras realmente compensam os juros mais altos -em torno de 9,5% ao ano. Como os financiamentos imobiliários costumam ser longos, é fundamental fazer e refazer as contas. Uma das principais dicas da Abrainc é comprometer, no máximo, 30% da renda nas prestações mensais.

cratera
Espaço Pago