Riqueza florestal

Programa cria alternativas no arco do desmatamento

ENCONTRANDO SEU NORTE Há 35 anos na região Norte, o catarinense Vildomar Brun produz uma média de dez toneladas de bananas. Suas 10 mil bananeiras vieram de mudas doadas em 1999 pelo Idam e são resistentes ao fungo da sigatoka. Neste ano, Brun começará a produzir banana passa para aumentar a rentabilidade de sua propriedade.

Em parcerias com entidades ambientais, Estado incentiva recuperação florestal, fiscalização e uso de técnicas sustentáveis

Um dos pilares da Matriz Econômica Ambiental é implantar políticas públicas que protejam o bioma amazônico, com a redução do desmatamento e das queimadas. Para isso, foi lançado em fevereiro, com a presença do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, o Programa Municípios Sustentáveis (MS Amazonas).

O programa, que tem por base o decreto estadual 37.421/2016, está estruturado em seis eixos estratégicos: ordenamento ambiental, ordenamento territorial (regularização fundiária e criação do Zoneamento Ecológico e Econômico, entre outros), gestão ambiental (participação direta do município), produção sustentável, incentivos econômicos e gestão institucional. Estabelece também metas de redução das queimadas e do corte de árvores e recuperação florestal. O município que cumprir as metas receberá o Selo Verde Município Sustentável.

Todos os municípios do chamado Arco do Desmatamento (Boca do Acre, Apuí, Manicoré, Lábrea, Humaitá, Novo Aripuanã e Canutama), no sul do Estado, já aderiram ao programa. A região tem pecuária, extrativismo, atividade madeireira e garimpo. Por isso, será prioritária para os primeiros editais de concessão de florestas pelo Estado.

PARA AMAZONENSE VER Eli de Souza mostra abóbora gigante produzida na fazenda de Adevair Vieira da Cruz. Quando plantou seus 2.800 pés de cupuaçu, Adevair também colocou nas covas sementes de abóbora cabotiá, pouco conhecida na região. A "brincadeira" rendeu 80 toneladas, que foram distribuídas a quem quisesse conhecer a novidade.

Agricultores e pecuaristas também passam por treinamento para ampliar a produtividade sem que o ambiente seja agredido. No caso de agricultores, ensinam-se técnicas que não usam o fogo para a limpeza do terreno entre as safras (o que pode provocar incêndios). São incentivados os sistemas agroflorestais, que juntam árvores nativas e agricultura, resultando em maior fertilidade do solo, aumento da produção e recuperação florestal.

Para os pecuaristas, a meta é criar mais cabeças de gado num espaço menor, evitando que novas áreas sejam desmatadas para virar pastos. "É preciso que as pessoas tenham alternativas legais e sustentáveis para sobreviver. Do contrário, sobreviverão com atividades não sustentáveis e ilegais", afirma o secretário do Meio Ambiente do Estado do Amazonas, Antonio Ademir Stroski.

ÁGUA OXIGENADA Aeradores em um dos viveiros de peixes de Luiz Helder Bonfá, em Rio Preto da Eva. Com essa tecnologia, que eleva o teor de oxigênio na água e, consequentemente, o metabolismo dos peixes, Bonfá quase triplicou sua produção em um mesmo volume de água. Agora ele está testando alevinos melhorados geneticamente.